sábado, 26 de janeiro de 2013

Estou de novo em África. Já cá não vinha há muito tempo, mas reconheço as cores, os sabores, as texturas, as sensações. O pó dos caminhos e o Sol quente na pele. As cidades de caminhos intransitáveis, transito caótico e gente que tudo vende nas ruas. Os campos de paisagens inacreditáveis, com bichos saidos de documentários e pessoas  que vivem de acordo com ritmos antigos. A sujidade e o desmazelo, mas também a beleza esmagadora e a sensação de que de algum modo pertencemos ali. Afinal foi mesmo dali que no inicio dos tempos todos viemos, não é verdade? De facto já há muito tempo que não vinha aqui, mas hoje, dentro do Land Cruiser que se afadigava a galgar buracos, enquanto a tarde esmorecia em tons pastel, senti que em parte sempre aqui estive. Este mundo eu reconheço e entendo, mesmo quando ele não me estende a mão. Mesmo quando sou confrontado com burocracias intermináveis e atitudes inexplicáveis, até para quem vem de um país que foi despromovido da categoria de Desenvolvido para a de Outro Mundo, como é o meu caso...a história conta-se em duas penadas, aterro em Luanda com 110 kg de material de video e fotografia e imaginem o que acontece em seguida? Começa-se com 2 horas à procura da bagagem, continua-se com uma hora de espera num banco de plástico para entrar num cubiculo atafulhado de tralha, na esperança de que a nossa se encontre lá, isto depois de "convencer" um segurança com a oferta de algumas notas, passa-se para uma senhora que (muito) minuciosamente tudo vasculha e tudo escreve, mais 2 horas no tal banco de plástico, aguardando pacientemente que outra senhora descreva um a um todos os itens da bagagem em categorias enumeradas por um velho manual que obviamente não contempla modernices como 5Ds e iMacs, para no fim alguem dizer que afinal as coisas têm que passar por um despachante, entretanto fechado à horas. Normal...wellcome to Africa :)

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