terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Hoje tive uma epifania (boa palavra esta). Chegou-me, insidiosa, há uns dias, mas só hoje se materializou em palavras - foi num daqueles eventos para crianças, milhares delas, mais os respectivos papás. E ali vi. Não, a culpa disto estar como está, não é do governo. Nem dos alemães, nem do daesh, nem da economia, nem do tráfico de marfim, nem dos corruptos, nem de algum Deus mais distraído. A culpa disto estar como está, é nossa. Só nossa. De todos. A culpa do mundo avançar a passos rápidos para o desastre, a culpa das assimetrias sociais, da fome, da guerra, da miséria, do materialismo, dos energúmenos no trânsito, dos corruptos nos nossos bolsos, da destruição do ecossistema, das vitimas do ISIS, do triunfo dos porcos, é, leiam bem, de todos e cada um de nós. Ao ver aqueles pais, como selvagens, cada um em defesa da sua cria, a única a ter direito a ver em condições o espetáculo no palco, nem que para isso fosse preciso empurrar o próximo, ocupar 3 cadeiras, berrar, blasfemar, insultar, cuspir e orgulhosamente expor a sua animalidade perante os seus pares, e sobretudo perante os seus filhos, percebi. Está em nós afinal. Nós somos os corruptos, os bandidos, os criminosos, os energúmenos, os que sofrem, mas também os que fazem sofrer - está tudo nas circunstâncias da vida, nas oportunidades, nas escolhas, que quase sempre nos são impostas. Eles somos nós. A mesma espécie, a mesma carne. O mais cordeiro de nós, nas circunstâncias certas, rapidamente se torna num lobo. Basta conduzirmos no trânsito, em hora de ponta, para o constatarmos. Se formos honestos connosco mesmos, sentimos o monstro lá dentro. Só quando o dominarmos de vez, poderemos evoluir. E quiçá (outra boa palavra) salvarmo-nos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Andei aqui a conter-me, mas é mais forte que eu e tem a ver com a questão da bandeira francesa. Questão complexa, que atormenta espíritos, promove debates apaixonados e divide sociedades. A dita questão é no fundo simples - porquê tanta emoção e envolvimento com a desgraça dos franceses (que nos leva até a pintarmo-nos com as cores da sua bandeira e a cantarmos em coro a Marselhesa, e não com os libaneses ou os nigerianos, também eles atormentados por bombas e terroristas fanáticos e até numa escala muito mais drástica?
Bem, a meu ver (reparem, eu disse a meu ver..) a resposta a tão delicada pergunta é a seguinte: primeiro o factor proximidade (fenómeno bem conhecido de todos os jornalistas) - o que se passa aqui mesmo à nossa porta, aos "nossos" por assim dizer, tem muito mais impacto que o mesmo acontecimento, mas a muitos quilómetros de distancia. E depois o factor surpresa - não levem isto a mal, eu que tanto tempo lá passei e que lá deixei amigos do peito e saudades profundas, até sou insuspeito, mas a verdade é que rebentarem coisas no Líbano, na Nigéria, na Serra Leoa, na Síria ou no Iraque é "normal". Acontece com regularidade, faz parte (infelizmente) da vida quotidiana e assim o impacto é de certa forma diluído. Mas aqui é inesperado. Aqui não esperamos sair de casa e ser atingidos por maníacos homicidas. Para mais numa escala destas. A surpresa (má) é muito maior e logo o impacto também.
Não estou a menosprezar, ou a minorizar a dor dos libaneses ou dos nigerianos, ela é tão importante como a nossa. Mas estou a dizer que compreendo quem de repente acorda para a vida, com o rebentamento das bombas aqui ao lado, percebe o mundo em que vive e decide à sua maneira mostrar solidariedade. E depois o que importa se a bandeira é francesa, libanesa ou do Burkina Faso? O que de facto conta é que estamos todos do mesmo lado e temos uma luta mais importante para travar  do que perdermos tempo com questiúnculas de merda, que só demonstram a futilidade e a profunda imbecilidade de quem as promove. Agora vamos lá mas é chutar as bundas daquela corja de malfeitores barbudos, para fora deste mundo. Enrolados nas bandeiras que quisermos.


quinta-feira, 19 de novembro de 2015


Questões para reflexão - estando o Daesh num momento dificil, com derrotas militares, morte de alguns lideres importantes, cortes financeiros e subsquentes reflexos negativos nos niveis de armamento, munições e na motivação dos combatentes, tendo bases militares mais ou menos sólidas no Iraque e na Siria, porque não consolidar posições ai, onde estão em "casa" e virem bulir nos vespeiros aqui na Europa. Quer dizer eles sabem que isto implica retaliações por parte do Ocidente e estando numa situação debilitada isso não me parece uma boa estratégia . A não ser que busquem a auto destruição (mas o martirio e as virgens são para os patetas que se explodem, não para as cúpulas iluminadas)...ou então há aqui gato escondido, ai há há...
Pinto a minha cara de preto, por vergonha. Vergonha de estar inserido numa sociedade que permite o massacre de inocentes a troco de conforto. A politica é covarde e o dinheiro todo poderoso. E enquanto nós aqui, nos degladiamos por merdices sem sentido e vaidades vãs, a vida real acontece. Um dia vai engolir-nos e nós, pasmados e incrédulos, ai entenderemos. Já nos bate à porta.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Para que conste eu gosto de animais. mesmo muito - fui criado com eles, no campo, toda a vida tive cães (cheguei a viver com 11!), e até um gato e uma coruja. Por isso sou insuspeito. Mas confesso que me pasma um pouco toda esta transferência afectiva para os nossos companheiros peludos e penosos. Há assim tanta carência por ai? Quer dizer, não ponho em causa os direitos da bicheza, até pugno por eles, mas não vou deixar de comer bifes por causa disso de certeza. Abomino os c...açadores de baleias e o assassino do Cecil, mas não desdenho uma boa pescaria. Acho que os animais são (mesmo) nossos amigos, mas dai a dormirem na minha cama, ou a achar que são pessoas, vai uma longa distancia..Isto tudo para dizer que respeito e compreensão entre as espécies é fundamental, mas a natureza pôs cada coisa no seu lugar e com a sua função e a natureza é sábia - eu, o que me chateia mesmo, são os fundamentalismos e a arrongância moral de certa gente, que os bichos, esses sabem ser bichos.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015


Não, nem tudo está perdido. Enquanto houver gente de bem, nem tudo está perdido - há muito tempo atrás, engolido por uma multidão algures em Kabul (Afeganistão), fui ao chão e perdi a máquina. Levantei-me quase em pânico, até ver a máquina no ar, na mão de uma velha senhora que me sorria. Ali, no fim do mundo, ainda havia gente de bem. O tempo passou e eu também. Aos poucos a deixar de acreditar outra vez. Mas são os pequenos (grandes) gestos que nos redimem sempre, não é? Hoje deixei o telefone no metro. Quando me apercebi, já cá fora, corri à cabine onde está aquela malta que lá trabalha, em busca de auxilio - "não podemos fazer nada agora, tente apanhar o metro no regresso"!!.. quando perguntei se não podiam contactar o maquinista, não, não podiam.."e se fosse uma bomba", perguntei - não mesmo assim não podiam...estupefacto corri, a ver se apanhava o metro no regresso. E de facto apanhei. Percorri tudo, procurei tudo - nada de telefone. No meio daquilo um rapaz dos seus vinte e poucos, pergunta-me se quero que ligue para o meu numero - "quero sim, obrigado". Mas nada. Já conformado, saio na estação seguinte, subo os degraus, com o humor da meteorologia de hoje, e eis que uma senhora que também vinha no metro me interpela - "sabe, acho que aquele rapaz descobriu o seu telefone.." peço-lhe o dela, ligo para o meu e eis que ele atende. Que sim, que o tinha encontrado, que vinha ter comigo para me o dar. E assim foi. Sem me conhecer de lado nenhum, sem obrigação, deu-se ao trabalho. Porque sim. Porque é um homem de bem. Obrigado Zé Aires. Quanto aos senhores do metro, só espero que de facto nunca ninguem lhes peça para ligar ao maquinista por causa de uma bomba...

Não quero parecer sexista, nem machista, nem reaccionário. Mas creio que será inevitável com o que vou dizer: as mulheres são (e sim, generalizo) muito mal educadas, melhor, extremamente mal-educadas, a conduzir. A ponto de por vezes me levarem a compreender melhor a situação nalguns países, como a Arábia Saudita...pronto era isto.
De modos que deixem-me ver se percebi. A+B ganharam as eleições. Mas C, percebeu que aliando-se a D e a E, mesmo depois dos resultados, poderia ainda ter direito a subir à cadeira do poder. Ora se bem me lembro C não gostava de D e ainda menos de E, de quem em tempos disse mesmo muito mal. Mas como nestas coisas do poder, desde vender a alma ao diabo a fazer pactos com quem se não gosta, vale tudo, vá de varrer o passado para debaixo do tapete do esquecimento conveniente e es...tender uma mão amiga. D e E, desejosos também eles, de experimentar as doçuras devidas a quem governa, não se fizeram rogados a agarrar a mãozita estendida. Assim, pelo que percebi, não interessa se A e B ganharam as eleições, interessa é quem depois for mais hábil a tecer alianças, mesmo que improváveis, porque quando o poleiro acena, todas as galinhas correm ávidas. Só para que conste, eu nem gosto particularmente de A,B,C,D ou E, mas tudo isto me mete nojo. Tenho dito.

domingo, 11 de outubro de 2015


Ontem passei pelo CCB e fui ver a exposição do Premio Novo Banco Photo. Nada que me apele muito aos sentidos, mas sobretudo porque um dos participantes era o Edson Chagas, meu amigo e ex-aluno. E depois percebi porque nunca tinha ido ver nenhuma (a não ser na net, ou nos jornais). Sem desprimor ao trabalho do Edson, mas a verdade é que devo ser um cepo no que toca ao entendimento da Arte (daquela), principalmente em relação ao trabalho da vencedora - os artistas que me perdoem, mas que raio...eu partilho que a fotografia é, ela também, uma forma de arte superior, que eu pratico, apesar de a partir de uma vertente documentalista, mas estas elocubrações filosófico-metafisicas tiram-me do sério. Mas vendem e vão para museus onde são apreciadas por malta bem vestida (ou não) e melhor pensante (ou não)..e eu só me apetece dizer palavrões..
O José Rodrigues dos Santos disse um disparate em praça publica. Disse de um deputado gay assumido, que tinha sido "eleito, ou eleita..". Não ponho em causa que foi um disparate, aliás já o referi. Mais ainda pela responsabilidade pública do jornalista. Mas fónix gente, é preciso tanto? Não simpatizo particularmente com o personagem, aliás não me aquece nem arrefece, reconheço-lhe defeitos e méritos, mas já li e ouvi coisas dignas de um processo de inquisição - só falta mesmo... queimar o homem em praça pública..Tempos estes, do politicamente correcto, do moralmente superior, onde um gajo já não pode dizer um disparate sem que lhe caiam em cima todas as virgens ofendidas do burgo, credo, cruz..ele é as defesas das minorias, caracóis incluidos, os anti-touradas, os anti-carne, os anti-caça e pesca, os anti-fungicos, os amigos disto e daquilo, não se pode beber, comer, fumar, dizer palavrões ou dar arrotos em público e nem se fala de assumir que se votou no Passos e companhia..opah, vão-se mas é todos catar. Engraçado pensar que a sociedade que tanto critica os alemães, está a tornar-se ela própria alemã. Ou suiça. Ou parva.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Ontem perguntavam-me onde está o gajo que estava em cima do blindado que puxou a estátua do Saddam, na última Guerra do Golfo. Quer dizer o mundo a cair, aqui à minha volta, gentes que sofrem e fogem, guerras santas, profecias do apocalipse e eu aqui, no bem bom...isto pôs-me a pensar claro, quer dizer, de facto onde anda esse gajo? Depois percebi - está mesmo aqui, a escrever esta crónica. Se tenho vontade de ir, de vestir a armadura e ir outra vez tentar mudar o mundo? Claro que sim, missão é missão, mas com o tempo percebemos que as coisas não são tão lineares; não se muda o mundo só porque queremos e há responsabilidades práticas, imediatas e próximas igualmente importantes - criar um filho por exemplo. Eu sei do que falo, sou filho de um homem com uma missão e passei 40 anos a vê-lo ao longe. decidi que não quero o mesmo para o meu. Depois há o mundo propriamente dito.
O mundo é um sitio extraordinário, numa esquina da Via Láctea com uma vista fantástica para o Universo. Infelizmente é muito mal frequentado. Tão mal, que dou por mim a pensar inúmeras vezes o quão melhor estaria sem humanos. Talvez não todos, mas definitivamente a maior parte. Sejamos honestos, a maior parte de nós está a um passo da barbárie. Somos de um modo geral egocêntricos, mimados, egoístas, mal-educados, violentos e fúteis. Grande parte da humanidade trocaria a mãe pelo euromilhões sem hesitar e apenas anos de sociedade imposta muitas vezes à força (honra seja feita às religiões nesse aspecto), nos impedem de nos estraçalharmos todos à mínima provocação. Sei que estou a generalizar, mas ressalvo o talvez não todos, escrito mais acima. O novo Deus é o dinheiro, que hoje vale muito mais que a vida, e os antigos apenas servem como desculpa (mais uma) para nos matarmos uns aos outros como cães danados.
Sejamos francos, uma espécie que deixa os seus filhos mais inocentes, morrerem impunemente em praias distantes, vale mesmo a pena ser salva? Uma espécie que se mata, tortura, viola, destrói, por dinheiro ou justificações inaceitáveis para uma mente racional, merece a redenção? Uma espécie que aceita como seus criminosos do calibre de George Bush (ambos) ou Abu Bakr Al Baghdadi (Lider do ISIS para quem não saiba), tem direito a salvação? Uma espécie que aniquila todas as outras para fazer casacos e remédios para a potência sexual, que destrói o ambiente e as coisas e tudo em nome de riquezas materiais, é digna de por cá andar? Ou mais prosaicamente, vale a pena arriscarmos a pele e o sossego por gente desta, que aparentemente não tem remédio? Pois que a resposta é...sim. de facto somos uma espécie danada, mas de novo - talvez nem todos. Talvez um dia acordemos e percebamos que somos capazes de muito mais, e melhor, que prestar reverência a cifrões ou aos seus acólitos. Talvez um dia consigamos entender, que este mundo também é nosso, a nossa casa, e que temos que fazer por ele, lutar por ele, mantê-lo, preserva-lo, ama-lo. E isso implica de certeza correr,  para trás das grades ou para o além, com todos os demónios disfarçados que se passeiam entre nós e nos impedem de sermos verdadeiramente uma civilização. Pelos nossos filhos, pelos que cá ficarão depois de nós, teremos que o fazer. Eu pelo meu lutarei. Mas, e volto ao inicio desta crónica, tudo tem um tempo e um modo; agora assim, a espernear ao computador, mas talvez um dia volte a tirar a armadura do baú.
Não há lutas inúteis em causas justas - só aquelas que não se travam.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Acabei de ver aquela fotografia, sabem, aquela. Um miúdo, um bébe grande, dos seus quê, 4, 5 anos, pela idade do meu portanto. Mas com uma diferença fundamental em relação ao meu: este estava morto, cabeça para baixo, enterrada na areia da praia da Terra Prometida, enquanto o meu está na escola, a brincar e aprender, feliz e protegido, como é suposto os meninos e meninas desta idade estarem. Este, o da praia, já não vai mais aprender e brincar e rir e chorar e fazer palermices e pedir mimos e colo e chamar pai e mãe e tudo e tudo. Acabou para ele, onde deveria ser apenas o começo. E nós assistimos daqui. Em primeira mão, neste mundo de fast-food informativo, à frente dos nossos olhos, desenrola-se o drama, como um filme, por vezes demasiado irreal para ser possível. Milhares, dezenas de milhares, de seres, alguns apenas já vagamente  humanos, a tentarem chegar aonde a vida ainda seja possível e tantos perdendo-a no processo. Porque de onde vêm, permitido por todos nós, e causado por alguns de nós, apenas resta a escuridão.
Agora um parenteses: não, não sou apologista de abrirmos as fronteiras da Europa de par em par, movidos por sentimentos de culpa históricos, ideias politicamente correctos e liberalismos utópicos, deixando entrar todos os que assim o quiserem,  porque sei o caos que essa realidade iria causar - o caos social, económico, politico e até emocional. E sei também, que entre todos aqueles refugiados legítimos, existem aqueles que apenas querem aproveitar o ruido e a poeira, para trazerem essa escuridão até nós. E depois também existem os migrantes típicos, os de sempre, normalmente de paragens mais a Sul, aqueles da demanda do trabalho e melhores condições de vida, mas esses são um problema antigo, apesar de agora se juntar tudo numa única massa indistinta de gente. No entanto a distinção urge, porque aqueles, os refugiados mesmo, os que fogem da guerra, da fome, da miséria, da destruição,  permitidas por todos nós, e causadas por alguns de nós, esses precisam mesmo da nossa ajuda já. E que merda de espécie será a nossa, se deixarmos que mais meninos, e meninas, morram, de cabeça enterrada na areia, apenas porque não lhes estendemos o braço suficientemente depressa, porque agendamos reuniões de "lideres", bem vestidos, alimentados e cuidados, para amanhã, quando deveriam ter sido para ontem.
Eu sinto culpa - culpa de viver bem, de esbanjar, de me render à futilidade, de gastar mais dinheiro do que o razoável a comprar brinquedos que têm como destino o fundo de um cesto, de comer em excesso, de possuir roupa a mais, tralha a mais, futilidade a mais, de deixar, de olhar para o lado e assobiar para o ar. Mas sei que esses são desejos normais e legítimos de todos nós. Só que se calhar, só se calhar, apenas os deveríamos permitir a nós próprios, quando já não houvesse meninos e meninas a morrer pelos nossos pecados. E sinto ainda mais culpa de já não fazer nada, quando ainda não há muito tempo corria os infernos em defesa de causas em que deixei de acreditar. Se calhar também não tenho o direito de deixar de acreditar. Não enquanto quiser um futuro para o meu filho, que não seja determinado por seres merdosos que não perceberam que uma  vida humana é muito mais importante que todo o dinheiro do mundo. Quer dizer nem todas as vidas, as deles não com certeza.
Esta prosa é um desabafo claro. O desabafo de alguém cansado de não fazer nada. Imaginem-se  lá a fugir da guerra (eu gostava de vos saber descrever o que é uma guerra), a embarcarem num barquito com todos aqueles que amam, os tarecos que vos restaram, tolhidos pelo medo, pela angustia, pela incerteza, explorados e conduzidos pelos gárgulas que vivem da miséria alheia, em direção a uma réstia de esperança. E agora imaginem lá, se puderem, se conseguirem, que eu cá nem sequer posso, ver morrer aqueles que mais amam ali, à vossa frente, sem poderem fazer nada a não ser gritar e gritar e gritar. E entretanto, numa realidade aqui mesmo ao lado os Bush, os Abdullah, os Mugabes, os Lukashenkos, os Jong-Ils, os que fazem e os que deixam fazer, as multinacionais sem nome e sem coração, os do Daesh e os dos outros, fazem do mundo o seu recreio pessoal, indiferentes à dor que causam e que os deveria assombrar para a eternidade.
E depois ainda há outros, os imbecis,  os que acham que lutam em em nome de Deus. Mas que Deus permite uma coisa assim? Que Deus deixa crianças morrerem sozinhas, com a cabeça enfiada na areia da praia da Terra Prometida?
Desafio-vos todos a fazer algo. Nem que seja por palavras, gritadas ou sussurradas, por imagens, por actos pelo que for, mas vamos fazer alguma coisa. Não vamos deixar aquele menino morrer ali sozinho, por nada. Não desta vez. Se um  Deus mesmo bom existe,  que o guarde ao seu lado. Boa noite querido.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

BASTA PUM BASTA!
UMA GERAÇÃO, QUE CONSENTE DEIXAR-SE ENSINAR POR UM JOSE GONGALVES É UMA GERAÇÃO QUE NUNCA O FOI! É UM COIO D'INDIGENTES, D'INDIGNOS E DE CEGOS! É UMA RÊSMA DE CHARLATÃES E DE VENDIDOS, E SÓ PODE PARIR ABAIXO DE ZERO!

MORRA O JOSE GONÇALVES, MORRA! PIM!
UMA GERAÇÃO COM UM JOSE GONÇALVES A CAVALO É UM BURRO IMPOTENTE!
UMA GERAÇÃO COM UM JOSE GONÇALVES À PROA É UMA CANÔA UNI SECO!
O JOSE GONÇALVES É UM CIGANO!
O JOSE GONÇALVES É MEIO CIGANO!

O JOSE GONÇALVES PESCA TANTO DE PHOTOSHOP QUE ATÉ FAZ EDIÇÃO COM LIGAS DE DUQUEZAS!
O JOSE GONÇALVES É UM HABILIDOSO!
O JOSE GONÇALVES VESTE-SE MAL!
O JOSE GONÇALVES USA CEROULAS DE MALHA!
O JOSE GONÇALVES ESPECÚLA E INÓCULA OS CONCUBINOS!
O JOSE GONÇALVES É JOSE GONÇALVE!
O JOSE GONÇALVES É JÚLIO!
MORRA O JOSE GONÇALVES, MORRA! PIM!

NÃO É PRECISO DISFARÇAR-SE P'RA SE SER SALTEADOR, BASTA EDITAR COMO JOSE GONÇALVES! BASTA NÃO TER ESCRÚPULOS NEM MORAES, NEM ARTÍSTICOS, NEM HUMANOS! BASTA ANDAR CO'AS MODAS, CO'AS POLÍTICAS E CO'AS OPINIÕES! BASTA USAR O TAL SORRISINHO, BASTA SER MUITO DELICADO E USAR CÔCO E OLHOS MEIGOS! BASTA SER JUDAS! BASTA SER JOSE GONÇALVES!

NÃO, NÃO GOSTO DO JOSE GONÇALVES. E TENHO ESPERANÇA QUE UM DIA O JOSE GONÇALVES CONSIGA SER HOMENZINHO O SUFICIENTE PARA ME VIR CONFRONTAR OLHOS NOS OLHOS. MAS O JOSE GONÇALVES NÃO É UM HOMENZINHO. É UM BATRÁQUIO, MENOS QUE UM BATRÁQUIO, UM VERME QUE INSULTA OS VERMES E CHEIRA MAL DA BOCA.
MORRA O JOSE GONÇALVES, MORRA! PIM!

  A humanidade já passou por muitas ameaças - não poucas das quais, iguais à que enfrentamos hoje. Epidemias e pandemias são recorrentes na ...