sexta-feira, 13 de maio de 2016


Chego a casa, ligo a televisão. Passo pela TVI, onde dá uma coisa, naquele programa da manhã do Goucha e da Goucha, que dá pelo nome de crónica criminal! ali debatem várias sumidades, com o ar grave de quem discute a fome no mundo, ou as atrocidades do ISIS, o caso da professora que usa um apito na sala de aulas para chamar a atenção dos alunos. Não sei se ria se chore. Vou rir. Às gargalhadas.

Portanto a ver se entendi: "Running" (antes jogging) = correr, mas carregado de parafernália electrónica e com roupa de marca. "Cycling" =andar de bicicleta em traje de licra e gopro na pinha. "Selfie"s= auto-retrato mas com telemóveis, boquinhas, ou com a malta toda que se conseguir enfiar na "frame". "Stylist"= estilista que se acha com mais estilo. "Gamming" = actividade praticada por cromos que antigamente se chamava...jogar computador. "Personal trainer" =tipo ou tipa, ...que no ginásio é pago para torturar outros tipos, ou tipas, que não percebem nada de ginásios, mas acham que está na moda frequenta-los. "Vaping" = o que dantes se chamava fumar, mas com uma maquineta que produz vapor de água em vez de fumos tóxicos. E continua...a sério, não sei o que é mais ridiculo, se as denominações em si, se a malta que as usa com ar de entendidos, iniciados numa arte oculta que só eles dominam..poupem-me, a próxima vez que um (ou uma, BE, ou uma..) me vier com uma cena destas mando-o à merda. Perdão, merdaiting..

Todos morremos. A vida continua, as obras e as memórias permanecem. Alguns idiotas também.

Ao lado da escola onde ensino há tantos anos, houve uma cena indescritível - só soube depois, mas ao que percebi, quiseram, à força, comida e bebida que o homem recusou, porque ainda não era hora. Álcool e números produzem um fenómeno conhecido, o da estupidez colectiva. O resultado foram imagens, que todos viram, onde se prova que vamos no bom caminho e que a civilização afinal mora entre nós..nããã, estou a brincar, continuamos uns bichos. Ficou para a posteridade a coragem de um homem só, com a sua espátula, contra a turba. Um curdo que se levanta de madrugada, a quilómetros da terra onde nasceu, para alimentar a família. Dos outros não rezará a história, a não ser, talvez, pela covardia e inanidade.

Confesso que ando um bocado farto desta cena do Jóni Soares. Eu não simpatizo particularmente com o personagem, mas admito que o compreendo e apoio nesta questão das bofetadas, um remédio antigo e comprovado em muitas questões de imbecilidade danosa. Há aliás por ai muita maltinha, com quem este é o único método de argumento. Ou gostariam de ser insultados por um daqueles cromos pseudo-intelectualóides, que acham que falando de modo díficl e "elevado" vos escapam ao entendimento, enxovalhando-vos de cima da sua arrogância e "superioridade" moral, com o pretexto de estarem a fazer crítica? O diálogo com malta dessa é um buraco sem fim, desgastante e inútil - uma perda de tempo e serenidade. Chega um ponto em que só há um argumento possível - bofetada neles.

Entre a cartolina da cidadania daquelas iluminárias que dão pelo nome de BE e o Centro Paroquial multado por ajudar mais pessoas do que devia, não sei bem o que pense...Dali, o teu surrealismo é para meninos, ao pé da triste realidade deste país, governado por cromos e habitado por ovelhas. Ai Portugal, Portugal...

O homem devia andar nos seus 70. Estava na marina, não interessa qual, a arranjar o barco, um veleiro velho como ele, para se fazer ao mar no verão. Já vinham de longe, ele e a mulher. Queriam ir ainda mais longe: "Atravesso o oceano, o canal do panamá, entro noutro oceano, sempre assim, até onde puder. Já não devo ter muito tempo, isto é o que farei até ao fim"...naquele momento percebi - até ao derradeiro pôr do sol, se for a fazer o que amamos, com quem amamos, então tudo ...terá valido a pena. O resto são notas de rodapé, ninharias de formigas, que se digladiam por nadas e cujo único objectivo é acumular, dinheiro, poder e sofrimento alheio. No fim nada disso lhes valerá aquele último vislumbre do mar sem fim, nos olhos do velho que percebeu que a liberdade é o maior de todos os bens e a natureza a mais bonita de todas as joias. As formigas que se f$#%&. Eu de barco já ando.
Alguém que me explique sff, como se eu tivesse 6 anos, que raio de estratégia militar leva a que um merdas, "patrocinado" por outros merdas, se exploda num parque infantil, onde praticamente só havia mulheres e crianças? Do seu próprio povo ainda por cima...deve ser uma coisa do género, ou te rendes ou eu mato-me e aos meus...arre, que para além de terroristas são burros..
Agora a sério, um homem de 74 anos anos, em defesa da mulher e das netas abate um verme a tiro e sujeita-se a ser acusado por "excesso de legitima defesa" (corrigido por indicação de quem sabe)? Mas endoidou tudo? queriam o quê, que o homem se deixasse roubar, agredir, que lhe fizessem sabe Deus o quê às netas? Um cidadão não tem direito a defender-se? Num Mundo onde os criminosos, os terroristas, os malandros e os corruptos proliferam como cogumelos, as pessoas de bem estão condenadas a dar a outra face? Estamos a criar uma sociedade de criaturas amorfas, politicamente correctas, assexuadas, submissas, fracas e indefesas. Esta sociedade. Porque a outra, a que não se preocupa com estas merdices, vem ai e vai-nos comer. E fomos nós que deixámos. Porque assim é que é correcto. se metessem mas é o correcto onde não chega a luz...

Conhecem aquela sensação de acabarem o xixi na berma da longa estrada, entrarem na viatura, sol a aquecer a alma, caminho sem fim, boa musica...e de repente o som de plástico a estilhaçar, o coração a parar e a lembrança que o raio da Gopro ficou esquecida no tejadilho...meia hora depois, a recolher peças e pedaços espalhados ao longo de centenas de metros de asfalto, a monta-los amorosamente, como um puzzle precioso e eis que a bendita máquina, fora umas cicatrizes de guerra e o fecho da caixa estanque partido, continua a funcionar como se nada fosse..senhores que fabricam isto parabéns. O raio da maquinazita é resistente como o caraças. provei-o sem margem para dúvidas...

  A humanidade já passou por muitas ameaças - não poucas das quais, iguais à que enfrentamos hoje. Epidemias e pandemias são recorrentes na ...