quinta-feira, 22 de março de 2012

Estou zangado. danado, ofendido, lixado. Hoje foi dia de greve e manifestações. Goste-se ou não, concorde-se ou não, é o que é. Pelo menos para quem lá está em funções de trabalho, como os policias e os jornalistas. Aos primeiros compete-lhes manter a ordem, aos segundos registar os acontecimentos, O que acontece é que de vez em quando essa ordem perverte-se. Normalmente quando a policia, em, condescendamos, cumprimento do seu dever decide carregar contra quem se manifesta. Até aceito que por vezes é necessário, quando grupos de imbecis, por exemplo,se decidem dedicar a destruir património alheio. Mas do cumprimento do dever ao excesso de zelo é um pequeno passo. Acontece que os senhores policias, por vezes, talvez na embriaguez do momento, da emoção, das possibilidades da força bruta, decidem levar tudo à frente, incluindo inocentes e, claro, reporteres. Bolas, mas eles não são treinados para saberem o que fazem? Não é suposto perseguirem quem o merece e protegerem quem tem de ser protegido?
Em tempos idos eu próprio, numa situação semelhante fui agredido por um senhor agente. Munido de raiva e fotos esclarecedoras, apresentei queixa na esquadra mais próxima, gritei, barafustei, fiz declarações na rádio e na TV. A mim não me calam, não sobrevivi ao Afeganistão e ao Iraque para vir ser agredido por um imbecil a quem os meus impostos pagam o salário - ele trabalha patra mim não é verdade? Moral da história, pedidos de desculpa oficiais, pedidos de desculpa não oficiais, até pedidos de desculpa pessoais, do agente em questão. Saciado acedi, que não sou de rancores. Mas eis que a situação se repete, não comigo mas com camaradas de armas. Mas que merda de democracia é esta, em que o seu primeiro garante, os jornalistas, são agredidos pela autoridade quando se limitam a cumprir as suas obrigações? Não se iludam, este é o primeiro passo. Qualquer dia a democracia que nos querem enfiar pela cabeça abaixo, vai exigir mais. Vai exigir não ser contestada, e vai perseguir quem o fizer, através dos seus cães de fila, estes senhores fardados e armados que são suposto proteger-nos. Continuem a baixar a cabeça e depois queixem-se. A mim não me calam.

4 comentários:

  1. Neste caso diria que se tratou de matar dois coelhos com uma cajadada.
    Ou seja, um alerta para as duas forças que mais metem medo aos «democratas»: manifestantes e jornalistas.
    Ou estão caladinhos ou levam no focinho!!!!

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