quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Acima de tudo, sou um fotógrafo. Por isso sei que os meus camaradas de armas entendem esta angustia que agora me assalta - quando de repente percebemos que temos milhares e milhares e milhares de imagens, que apenas estão ali. A maior parte nem nos lembramos. Algumas foram usadas ou mostradas uma vez, outras nem isso. Foi o click, o momento, aquele êxtase de pararmos o tempo numa fracção de segundo, numa memória que não se repete, depois o limbo é o seu destino. Umas, muitas, em pelicula, mais ainda em digital. Milhares e milhares delas. Ali paradas a desafiar-me. Desafiar-me para quê? Quero digitaliza-las, organiza-las, cataloga-las, mas a escala da tarefa paralisa-me. E o tempo cada vez mais curto. Qual será o seu destino? Quando eu for, permanecerão? E aqui estou pasmado, a olhar para elas e a escrever isto. Mãos à obra pá, mexe-te. Ou talvez não.

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