terça-feira, 10 de abril de 2012

"Love is a strange place". Este é o nome do meu próximo projecto (já tinha saudades de dizer isto, o MEU próximo projecto). E baseia-se numa palavrinha singela, mas de peso inquestionável - Amor. Tantas vezes banalizado, ridicularizado, esquecido, o amor é, na minha modesta opinião, a mais poderosa das forças, o mais grandioso dos feitos, o mais emocionante dos sentimentos. Transforma covardes em heróis, egoístas em benfeitores, timidos em loucos, lágrimas em risos, risos em lágrimas, longe em perto, perto em longe, drama em comédia e vice-versa. Provoca nervoso miudinho, dores no estômago, suores frios, tremuras incontroláveis, ansias inexplicáveis. Quem nunca sentiu que atire a primeira pedra. Depois há amores, que são mais que o próprio amor. Aqueles que levam a vidas inteiras de dedicação, a sacrificios com sorrisos, a dar a própria vida em função de algo que é mais, muito mais do que nós. Amores não como o Romeu e Julieta, que isso é coisa de amadores, mas muito mais além. O amor romântico, cantado pelos poetas, entre pessoas mais ou menos bonitas, apaixonadas em plano de igualdade, em que ambos dão e recebem por medida igual, é para meninos.  Eu falo do amor que não pede nada em troca, que é feito de abnegação e dádiva total. Aquele que muitas vezes os outros perguntam como é possivel, porque não o conseguem entender.
Há dias fui com o meu filho ao hospital, numa consulta de rotina. Lá, na ala pediátrica estava esta mãe, com o filho, grande para o carrinho de bébé em que estava sentado. O rapaz, dos seus 10 anos, tinha paralisia cerebral e o que eu vi ali, entre aqueles dois seres, trouxe-me lágrimas aos olhos e um nó à garganta. Ali percebi o que era amor a sério. Ali vi o que era dedicação, o que era devoção. Nada, mas nada, era mais forte do que o que se desenrolava à minha frente. De repente não houve crise, conflito, cenários politicos ou económicos, telejornais ou problemas conjunturais que valessem alguma coisa de jeito, que não parecessem mesquinhos ou comezinhos ou infantis, perto daquela mãe e da sua alma imensa. De repente lembrei-me de algo que já tinha aprendido, mas que a vida nesta sociedade se encarrega de me fazer esquecer uma e outra vez: o que é realmente importante. E neste campo nada é de facto mais importante que o amor, o tal que faz o mundo andar à roda. Este amor assim, impossivel e asfixiante. Eu quero retrata-lo. Quero imortaliza-lo no meu espirito e nas minhas imagens. Quero conseguir prestar a minha homenagem, mostrar o meu respeito, a quem, como aquela mãe, é capaz de dar tanto. Dizer-lhes que ao pé deles, eu não sou nada. é essa gente grande que eu procuro: pais a dedicarem a vida, em cuidados e carinho, a filhos deficientes. Maridos extremosos que se desdobram em atenções às mulheres derrotadas pela idade. Donos que partilham a existência e a solidão, com mascotes improváveis. Almas que se devotam a causas impossiveis. A esses eu peço para me ensinarem a perceber o que é de fato o AMOR. Assim com letra grande. Obrigad
o.

6 comentários:

  1. É esse Amor que poucos conhecem e sabem o que é... Tão bonito isto... Estou ansiosa por ver este trabalho, não te esqueças de o partilhar com Amor <3

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  2. Parabéns bela definição do Amor, e com imagens não podia estar mais completo. Quem disse que o amor era difícil de definir ?

    Não o conhecia a si..

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  3. são momentos muito especiais esses quando nos lembramos do que já aprendemos mas teimamos em esquecer :)
    acho que posso dizer mesmo de iluminação ... pelo menos é o que sinto nessas alturas em que o mundo parece parar e só o coração fala...
    parabéns pelo projecto e beijinhos Angelo

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